Base militar no Montijo – Imagem da autoria de MIGUEL MANSO

No dia 30 de janeiro, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) recusou a renovação da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do Aeroporto do Montijo, em resposta ao pedido da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Este parecer desfavorável teve por base a nova informação científica divulgada recentemente num estudo sobre o impacto que o novo aeroporto teria nas espécies de avifauna do estuário do Tejo.  

A investigação citada pelo ICNF foi publicada na revista Animal Conservation, e é da autoria de José Alves, investigador do CESAM. A mesma demonstrou que a construção do aeroporto no Montijo poderia ter um impacto substancial, afetando até 68% da população de maçaricos-de-bico-direito (Limosa limosa). Estes resultados apontam para consequências significativas na conservação desta espécie no estuário do Tejo. Para além deste estudo, foram também citados os investigadores Teresa Catry e José P. Granadeiro pelo artigo publicado a 22 de Abril de 2021, na revista Bird Conservation International, que revelou que a construção do aeroporto no Montijo poderia levar a uma perda de 30% do “valor de conservação” daquele estuário em relação às áreas de alimentação entre marés para as populações de aves que permanecem ali durante o Inverno.  

Leias os artigos publicados na comunicação social: Público.pt e Expresso.pt

Helena Vieira (CESAM/DAO) e Ricardo Calado (CESAM/DBIO) marcaram presença na conferência BIOMARINE 2024, realizada nos dias 30 e 31 de janeiro em Biarritz, França. Este evento, dedicado à Economia Azul, representa um encontro trans-setorial de alto nível.

Nesta conferência, a investigadora Helena Vieira foi moderadora do painel “The Silent Revolution of Marine Origin Biomaterials” e o investigador Ricardo Calado foi membro do painel “Marine Biotech Disruptive Innovation (What is coming soon?)”.

A presença neste evento reveste-se de elevada importância para o CESAM como Laboratório Associado/Unidade de Investigação e para a Universidade de Aveiro, visto que “reforça o seu posicionamento como agentes abertos à sociedade e parceiros de excelência no suporte científico às empresas e investidores da Bioeconomia azul”, conforme enfatizado por Helena Vieira. Para ambos, a participação neste evento “reafirma a aposta institucional na Bioeconomia azul, um dos motores de desenvolvimento sustentável para Portugal e para a União Europeia”, como destacou Ricardo Calado.

A conferência BIOMARINE 2024, na sua 15ª edição, congregou representantes da indústria, investidores, policy makers e académicos da Bioeconomia azul, proporcionando um espaço de discussão sobre as últimas tendências dessa indústria.

Saiba mais sobre esta conferência aqui.

Texto por: CESAM em colaboração com Helena Vieira e Ricardo Calado

Nos dias 25 e 26 de janeiro realizou-se, em Pinhel, a kick-off meeting do recém iniciado projeto LIFE LUPI-LYNX “Creating socioecological conditions for the expansion of Iberian wolf and Iberian lynx”, coordenado pela Rewilding Portugal, da qual o CESAM é parceiro. 

Nesta reunião participaram os investigadores Rita Torres, Eduardo Ferreira, João Carvalho, e as alunas de doutoramento Mariana Rossa e Paloma Linck. Estiveram também presentes os outros parceiros do projeto: Rewilding Portugal, Grupo Lobo, BIOPOLIS/CIBIO, Município de Figueira de Castelo Rodrigo (Plataforma da Ciência Aberta), AMUS (Acción por el Mundo Salvaje) e a Junta de Extremadura.  

Este projeto tem como objetivo a criação das condições socioecológicas necessárias para o lobo-ibérico e o lince-ibérico numa área transfronteiriça a sul do rio Douro, onde ambas as espécies estão em processo de recolonização. As melhorias das condições ecológicas incluirão o aumento da abundância de presas selvagens, a melhoria dos habitats, enquanto que as melhorias sociais envolverão a promoção da coexistência positiva com as comunidades rurais e o estímulo ao desenvolvimento socioeconómico. Além disso, o projeto procura reforçar a capacidade de intercâmbio de conhecimentos na avaliação da prevenção de danos e na deteção de crimes ambientais. 

Texto por: CESAM em colaboração com Rita Tinoco

Está a ser transmitida na RTP3 uma série documental de 10 episódios no programa Tech3, todos os sábados às 18h50, com repetição aos domingos às 15h50, sobre o projeto “Algae Vertical”, do qual o CESAM é parceiro. Este projeto, liderado pela PhytoBloom by Necton e considerado o maior do Pacto da Bioeconomia Azul, financiado pelo PRR e pela Next Generation EU, conta com a participação dos nossos investigadores Rosário Domingues (CESAM/DQUA) e Ricardo Calado (CESAM/DBio).

O objetivo principal do “Algae Vertical’ é proporcionar vantagens competitivas ao setor das algas, apostando na criação de produtos sustentáveis, otimização de processos tecnocientíficos e introdução de serviços inovadores. Com a colaboração de 38 entidades ligadas às algas, incluindo grandes grupos empresariais, PME, start-ups inovadoras, universidades, laboratórios colaborativos, centros de investigação e desenvolvimento (I&D) e associações empresariais, o “Algae Vertical” promete revolucionar o panorama da bioeconomia azul.

A série está ainda disponível na RTP Play.

No período de 23 a 24 de janeiro, recebemos a visita do Adido para a Cooperação Científica e Universitária da Embaixada de França na Universidade de Aveiro. Durante esta ocasião, o Adido demonstrou interesse em conhecer os projetos de investigação em curso que envolvem a colaboração entre a Universidade de Aveiro e instituições/entidades francesas.

Ontem, dia 24 de janeiro, os investigadores do CESAM tiveram a oportunidade de apresentar os 16 projetos que estão atualmente em desenvolvimento, em parceria com instituições francesas. Cada um desses projetos foi apresentados, destacando os seus objetivos, contribuições e impactos.

Conheça a lista dos projetos apresentados nesta sessão:

  • RaDoNorm – Towards effective radiation protection based on improved scientific evidence and social considerations
  • CHRONIC – Chronic exposure scenarios driving environmental risks of chemicals
  • PARC – Partnership for the assessment of risks from chemicals
  • BlueNIGHTs – A touch of blue in the EU researchers’ nights for a more sustainable use of the ocean
  • DEEP REST – Conservação e recuperação de ecosistemas de profundidade no contexto de mineração do mar profundo
  • ARDECO – Assessing Resilience of DEep COrals
  • RESTORE4Cs – Modelling restoration of wetlands for carbon pathways, climate change mitigation and adaptation, ecosystem services, and biodiversity, co-benefits
  • A-AAGORA – Blueprint for atlantic-arctic agora on cross-sectoral cooperation for restoration of marine and coastal ecosystems and increased climate resilience through transformative innovation
  • GES4SEAS – Achieving good environmental status for maintaining ecosystem services, by assessing integrated impacts of cumulative pressures
  • B-CUBED – Biodiversity building blocks for policy
  • SPRINT – Transição para uma protecção fitossanitária sustentável: uma abordagem de saúde global
  • FIREURISK – Desenvolvimento de uma estratégia holística e baseada no risco para a gestão de incêndios florestais na europa
  • PAUL – Pilot Application in Urban Landscapes
  • DISTENDER – Desenvolvimento de estratégias integradas de mitigação, adaptação e participação face aos riscos das alterações climáticas
  • SEA2SEE: Innovative blockchain traceability technology and stakeholders’ engagement strategy for boosting sustainable seafood visibility, social acceptance and consumption in Europe
  • INCLUE – “From waste to resource: Training young researchers on developing innovative, circular solutions for wastewater treatment sludge”


A parceria Europeia PRIMA visa promover abordagens conjuntas de investigação e inovação entre os Estados participantes, com um enfoque regional na região do Mediterrâneo, a fim de melhorar a disponibilidade de água, a agricultura sustentável e a produção alimentar sustentável numa região fortemente afetada pelas alterações climáticas, pela urbanização e pelo crescimento demográfico. Em breve estará aberto o convite à apresentação de propostas no âmbito desta parceria, sendo esperado o financiamento de trinta projetos/ações que devem seguir a “Abordagem Multi-Ator”. O Programa de Trabalho do PRIMA 2024 está estruturado em 2 secções:

  • Secção 1 – Ações e atividades organizadas, geridas e financiadas pela parceria EU PRIMA com fundos da UE, de acordo com as Regras do programa Horizonte 2020 – Focadas apenas em Ações de Inovação (IAs) que visam demonstrar a validação de modelos tecnológicos ou organizacionais e a sua replicação no mercado. As IAs devem incluir atividades que visem diretamente a produção de planos ou desenhos para produtos, processos ou serviços novos, alterados ou melhorados. Nesta secção haverá também um concurso “PRIMA Woman Greening Food Systems Award in Mediterranean Region”.
  • Secção 2 – Ações e atividades organizadas pela parceria EU PRIMA e financiadas pelas entidades financiadoras nacionais representantes desta parceria (em Portugal: FCT) – Focadas apenas em Ações de Investigação e Inovação (RIAs) com o objetivo de explorar novas áreas e tecnologias para fazer avançar a investigação e inovação nas áreas científicas da parceria. Nesta secção cada entidade representante nacional define os limites de financiamento para cada proposta, sendo que a FCT atribuiu aos concursos desta secção 1 192 500€. A FCT lançará este concurso na próxima semana.

Ambas as secções possuem um concurso por cada uma das 3 Áreas Temáticas:

Área Temática 1 – Gestão da água no Nexus

Área Temática 2 – Sistemas Agrícolas no Nexus

Área Temática 3 – Cadeia de valor alimentar no Nexus

Os concursos da parceria EU PRIMA serão organizados de acordo com um processo de apresentação de propostas em duas fases. Para a primeira fase, deve ser apresentada uma pré-proposta (máximo de 10 páginas) até 2 de abril para os projetos da Secção 1 e 4 de abril para os projetos da Secção 2. Os candidatos selecionados na primeira fase serão convidados a apresentar a proposta completa (máximo de 50 páginas) até 24 de setembro para os projetos da secção 1 e 26 de setembro para os projetos da secção 2.

Países elegíveis: Estados-Membros da União Europeia (UE): Croácia, Chipre, França, Alemanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal, Espanha e Eslovénia. Inclui os Países e Territórios Ultramarinos ligados a estes Estados-Membros.

Os seguintes países terceiros associados ao Horizonte 2020 (CA): Israel, Tunísia e Turquia.

Os países terceiros não associados ao Horizonte 2020 que celebraram acordos internacionais de cooperação científica e tecnológica que estabelecem os termos e condições da sua participação no PRIMA: Argélia, Egipto, Jordânia, Líbano e Marrocos.

NOTA: Há condições específicas para a constituição dos consórcios.

Duração dos projetos: A duração máxima é de 36 meses.

Tópicos, impactos esperados e orçamento disponível: A informação sobre os tópicos disponíveis em cada secção e países elegíveis, bem como o orçamento disponível e os impactos esperados por tópico, podem ser consultados na folha Excel em anexo.

Materiais de apoio

Aqui encontrar a gravação do dia informativo do PRIMA (16 de janeiro de 2024) e aqui as apresentações.

Recomenda-se que consulte o programa de trabalhos preliminar para 2024, se estiver a pensar candidatar-se.

Encontre parceiros para as suas ideias de projeto entre as organizações registadas no portal PRIMA. Registe-se também!

Por favor, envie um e-mail para cesam-gesciencia@ua.pt se pretender apoio no processo de candidatura.

Ana Sousa, investigadora CESAM/DBio, é co-autora de um artigo publicado na prestigiada revista “Nature Sustainability” intitulado “Enabling Conservation Theories of Change“. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto GLOW, coordenado pela Universidade de Griffith, Austrália (Prof. Rod Connolly) e no qual a  Universidade de Aveiro atua como instituição parceira no projeto, sob a coordenação da investigadora Ana Sousa.

O estudo apresentado no artigo tem como objetivo responder aos desafios da coordenação internacional para a conservação e sustentabilidade dos ecossistemas globais, alinhado com o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (KM-GBF), com o qual 196 países se comprometeram. O estudo, publicado na “Nature Sustainability”, desenvolveu uma estrutura que traduz uma Teoria de Mudança à escala global em teorias específicas para um ecossistema a nível nacional, e destaca a identificação de “perfis facilitadores” multinacionais para a conservação, exemplificando a sua aplicação em estudos de caso específicos de ecossistemas de carbono azul, como mangais, sapais e pradarias marinhas. A estrutura de “perfis facilitadores”, ao considerar as condições socioeconómicas e políticas de cada país, oferece recomendações específicas para ações de conservação, visando contribuir para a operacionalização e sucesso global do KM-GBF e atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável.

Para uma visão mais detalhada sobre este trabalho, assista ao vídeo disponível aqui.

O projeto “CCforBio – Conservation corridors in woodlands: A win-win for biodiversity, wood production, and carbon sequestration”, coordenado pela investigadora Bruna Oliveira (CESAM/DAO), foi distinguido com o Prémio Fundação Belmiro de Azevedo 2023. Este prémio, dedicado à conservação, restauro e monitorização da biodiversidade em Portugal, reconheceu a investigadora como uma das duas vencedoras, atribuindo ao projeto um total de 207.698,00€.

Num concurso com uma taxa de aprovação de apenas 4,5%, o projeto apresentado por Bruna Oliveira, em colaboração com o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o Centro PINUS, obteve a extraordinária classificação de 8,97 em 9,00. Juntamente com os membros integrados do CESAM, Sofia Corticeiro (CESAM/DAO), Paula Maia (CESAM/DBio), João Puga (CESAM/DAO), Luís Tarelho (CESAM/DAO), Peter Roebeling (CESAM/DAO) e os alunos de doutoramento do CESAM Diana Rodrigues e Tiago Silva, Bruna Oliveira liderará um projeto cujo objetivo é apoiar a criação e manutenção de corredores de conservação em áreas de produção de madeira, com base em evidências científicas.

O projeto procura alterar a perceção das florestas, destacando não apenas o seu valor como fonte de madeira, mas também como locais que prestam outros importantes serviços ecossistémicos, como habitat para espécies vegetais e animais nativas, sequestro de carbono e oportunidades de recreio.

O Prémio Fundação Belmiro de Azevedo é uma iniciativa resultante de uma parceria entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a Fundação Belmiro de Azevedo (FBA). Este visa promover projetos de notável mérito e impacto, a nível nacional e internacional, no âmbito da conservação, restauro e monitorização da biodiversidade em Portugal.

Texto por: CESAM em colaboração com Bruna Oliveira

O projeto A-AAGORA acaba de lançar a página web nacional do demonstrador português da Região Centro, disponível em http://a-aagora.web.ua.pt.

O site apresenta as atividades a desenvolver, seguindo uma abordagem de Living Lab, que envolve empresas, administração local e regional e cidadãos, na busca de soluções baseadas na natureza, para conservação e restauro dos ecossistemas marinhos e costeiros.

As soluções são testadas, monitorizadas e validadas na Ria de Aveiro, para depois serem alargadas a toda a área de demonstração, a Zona Costeira da Região Centro.

A equipa da Demo PT é liderada pela Universidade de Aveiro em conjunto com a CCDRC, e conta como parceiros com a Agência Portuguesa do Ambiente, o Porto de Aveiro, o Porto da Figueira da Foz, a CIRA, o IPMA, a PRIO e a STRIX. Uma equipa multidisciplinar constituída para implementar soluções nas áreas da descarbonização, restauro de pradarias de ervas marinhas, alerta e proteção da orla costeira, proteção e restauro do sistema dunar e transformação de portos e marinas em berçários para restauro da biodiversidade.

Por se pretender o maior envolvimento dos cidadãos e capacitação para a monitorização local, surgiu a necessidade de ter um site do projeto em língua portuguesa, que seja mais próximo e acessível à comunidade local envolvida. Aqui, os interessados podem encontrar notícias e eventos relacionados com o demonstrador da Região Centro, envolver-se na comunidade de prática do A-AAGORA e participar do Living Lab. O site também dá informação institucional sobre o projeto a nível europeu, apresenta os outros demonstradores na Irlanda e na Noruega, e faz a ligação à Missão Restaurar os nossos Oceanos e Águas até 2030.

Texto por: Dionísia Laranjeiro

No dia 5 de janeiro, os membros do CESAM reuniram-se no auditório Renato Araújo da Universidade de Aveiro para discutir sobre o futuro da investigação em Portugal, com foco especial no Programa FCT Tenure.

Nesta reunião, bastante participada, o coordenador científico do CESAM, professor Amadeu Soares, destacou que o FCT Tenure é mais um mecanismo de emprego científico que pretende mitigar a precariedade dos investigadores, através da contratação, sem termo, de Investigadores e Docentes, com uma comparticipação inicial da FCT nos encargos salariais. No caso dos investigadores, a FCT comparticipa nos primeiros 6 anos, numa média de 50% dos custos totais, implicando um comprometimento orçamental da UI após o sétimo ano, o que limita, naturalmente, o número de posições oferecidas a investigadores, considerando a futura sustentabilidade financeira do CESAM. O professor Amadeu Soares mencionou ainda as vantagens das cátedras não académicas, ao abrigo deste mesmo programa FCT Tenure.

Finda a reunião foram apresentados os votos de um novo ano promissor a todos os membros do CESAM, reforçando o compromisso mútuo com a excelência na investigação e no avanço do conhecimento científico.

Texto por: CESAM